Tecnologia no e-commerce
Mercado

No e-commerce, a tecnologia precisa acompanhar a rápida mudança do mercado

publicado em 29 de julho de 2022

Se a taxa de mudança externa, mercado, for maior que a taxa de mudança interna, negócio, o fim está próximo. Basta saber quando.

Jack Welch
O software existe para resolver problemas complexos dentro de um contexto específico. Mudanças acontecem, seja mudanças por demandas de negócios ou por eventos inesperados como uma pandemia. Pensando nisso, qual é a capacidade de times de tecnologia acompanhar as demandas de negócios?

Conteúdo

O e-commerce possibilita explorar diversas oportunidades de utilizar a tecnologia do jeito certo para acompanhar rapidamente as mudanças do mercado e aperfeiçoar a experiência do cliente, além de diminuir os custos com desperdícios tecnológicos.

Uma definição para “o jeito certo” é criar oportunidades de aplicar a tecnologia favorecendo os objetivos de negócios diminuindo a complexidade que muitos times de desenvolvimento adotam, geralmente para resolver problemas simples.

Podemos perceber que ao longo do tempo muitos softwares, especificamente plataformas de e-commerce, detém uma alta complexidade impactando no crescimento do negócio. Dessa forma, quando a escala é exigida a complexidade do software inviabiliza o crescimento no tempo que é regido pelo mercado.

É o momento em que muitos executivos questionam se a plataforma pode ser desenvolvida internamente ou se contratamos fora.

Um panorama do mercado online no Brasil

Ao olharmos para as três das maiores varejistas, no último ano a Magalu acumulou uma queda -87% no valor de suas ações, em seguida Via com -75,87%  e por fim a B2W com -72,29%. Isso não significa que tais empresas estão com seus resultados em queda pela tecnologia que estão aplicando – que fique claro isso – é um cenário de mercado.

Outra informação importante é que 15,1% do market share do e-commerce no Brasil estão com a Shopee, Aliexpress e Shein, um número considerado alto para lojas chinesas onde a qualidade dos produtos e prazo de entrega podem ser considerados como restrições.

Share do e-Commerce no Brasil

Fonte: Conversion – Market share do e-commerce no Brasil

Para o setor, segundo estudos realizados pela ABCOMM, o varejo online em geral cresceu 12% no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano passado.

No ano de 2022 espera-se R$169,5 bilhões  em faturamento, o número de consumidores nos e-commerces também deve aumentar de 79,8 milhões (2021) para 83,7 milhões (2022), esse crescimento torna ainda mais evidente o dinamismo do varejo online.

O varejo é dinâmico e exige inovação constante. A pandemia impulsionou a digitalização do varejo analógico

Um bom exemplo de dinamismo no varejo foi com o lockdown devido a pandemia do COVID-19, da noite para o dia centenas de lojas físicas precisaram ser fechadas, assim como os shoppings centers.

Embora o lockdown tenha trazido prejuízos ao varejo, junto permitiu criar diversas oportunidades, uma delas a digitalização do varejo analógico. Segundo a ABCOMM, o e-commerce no Brasil cresceu em faturamento 28% comparado a 2019.

Fonte: ABCOMM – Total dos compradores online, milhões, desde 2016

Mesmo passando a fase crítica da pandemia, o hábito da compra online cresceu. Na Black Friday de 2020 o faturamento no e-commerce cresceu 13,4%. Ao comprar 2021 com período pré-pandemia, em 2019 o crescimento em faturamento foi de 40,3%, um total de R$5,8 bilhões.

Fonte ABCOMM: Evolução em faturamento, bilhões, do e-commerce na Black Friday desde 2016

O crescimento pode ser percebido entre os dias 18 e 24 de novembro chegando em R$2,8 bilhões, para o mercado online um aumento de 31% no período, além disso houve crescimento no ticket médio de 16% que foi para R$753,00 em 2021.

Fonte ABCOMM: Evolução em ticket médio do e-commerce na Black Friday desde 2016

Embora o crescimento do e-commerce esteja acontecendo é prudente pensar que o mercado passa por um período de incertezas na macroeconomia.

Se o mundo muda e o mercado muda. Qual é a capacidade do software e infraestrutura acompanharem as demandas de negócios?

Muitas empresas tiveram seus clientes migrados para o digital no período da pandemia, principalmente no início, ou seja, muitas lojas físicas que não tinham uma estratégia digital precisaram da noite para o dia criar uma estratégia online, além disso as lojas online passarem a ser mais acessadas uma vez que passaram a ser fonte de informações não somente vendas.

Fonte: ABCOMM – Total dos compradores online, milhões, desde 2016

Em pouco mais de dois meses, 107 mil novas lojas online foram abertas na internet para venda de seus produtos, antes, pré-pandemia eram criados em torno de 10 mil lojas por mês, segundo dados da ABCOMM.

Nessa onda muitas empresas de plataformas de e-commerce também precisaram aumentar sua capacidade computacional para atender a demanda do mercado.

Um software e sua infraestrutura precisam ser pensados para atender aos objetivos de negócios. O software não é estático, portanto sua arquitetura também não é estática.

A principal pergunta continua sendo a mesma. Qual é a capacidade de times de tecnologia, desenvolvimento e infraestrutura, acompanharem as mudanças de negócios?

São muitas oportunidades no e-commerce, contudo a tecnologia deve estar alinhada ao modelo estratégico

O software não é estático, consequentemente a arquitetura também não. Times de tecnologia quando alinhados aos objetivos de negócios, oferece uma visão ampla para empresa das etapas e decisões tomadas.

Um software tem diversos gatilhos para mudança, desde novas funcionalidades à um evento inesperado como a pandemia da COVID-19. O cerne está em como o software e sua arquitetura podem impactar positivamente ou negativamente negócios conforme sua capacidade de mudança.

Quando uma empresa cresce, as forças de negócios em torno dela mudam – e também a tecnologia envolvida. Todas as mudanças, invariavelmente afetam os times de tecnologia, engenheiros e arquitetos de software.

Por conta da black friday, novas funcionalidades ou um evento inesperado, qual é a capacidade dos times de tecnologia suportar as demandas vindas das áreas de negócio? Esse é o tipo de pergunta que times de engenharia e executivos precisam ter a resposta, sempre!

O software existe para resolver problemas complexos dentro de um contexto específico

A visão de uma empresa e seus desdobramentos, por integrarem a cultura organizacional, são fundamentais para direcionar executivos, times e investidores para um destino em comum.

Fonte: ABCOMM – Total dos compradores online, milhões, desde 2016

Casa e decoração foi um dos setores que mais cresceu na pandemia. O setor movimentou 151% a mais de GMV (gross merchandising value) em 2020 em comparação com 2019. O volume de pedidos apresentou alta de 130% no mesmo período.

Isso aconteceu por decorrência do isolamento social e pelo fato de muitas empresas adorarem o home office. Na black friday de 2021 o setor teve um volume de vendas de 30% do todo transacionado, ficando as lojas Mercado Livre, Amazon e Shopee 77% desse volume.

Para atender aos objetivos de negócios e a rápida mudança de estratégia, times de tecnologia precisam estar alinhados a visão da empresa, e, se for o caso, em situações de eventos externos acontecerem, a ação deve ser rápida e repriorizar aquilo que era visto como entrega para crescimento.

Criando KPIs e Métricas para times de tecnologia estejam direcionados ao negócio

Quando uma medida se torna um alvo, deixa de ser uma boa medida

Charles Goodhart

Mudanças são mais frequentes no varejo online do que imaginamos, entretanto, precisamos ter em mente que mudanças geram reposicionamento e uma forma dos times estarem ainhados é definindo uma Árvore de KPIs.

Uma árvode de KPI ajuda a trazer um método de organização visual que categoriza indicadores chave de desempenho para dar uma visão dos resultados em diversos níveis, estrátegicos, gerenciais e operacionais.

O primeiro nível, organization kpis, consiste em medir a saúde da empresa, geralmente estão ligados à resultados financeiros e a resultados de clientes. Deve ter sinergia com a visão da organização, organization vision, tais KPIs podem mudar, e devem ter flexibilidade para mudar, por isso não é tido como meta. Um exemplo vivido pelos varejistas online, foi a pandemia.

O segundo nível, é mais restrito. Ele está relacionado à um domínio. O desdobramento desses KPIs estão em sinergia aos KPIs da organização. O terceiro nível, é a forma de acompanhar e medir se os resultados esperados estão acontecendo, as métricas permitirão, eventualmente uma mudança do KPI.

Conclusão

É vital que times de tecnologia precisam fazer parte do modelo estratégico da empresa. Atingir o nível de maturidade do time de tecnologia para alcançar os objetivos de negócio é questão de maturidade e comunicação, a evolução na à medida que a empresa evolui.

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Tiago Tartari
Tiago Tartari

Executivo, mentor, especialista e Microsoft MVP. Ajudo executivos, times de negócio e desenvolvedores a resolver problemas complexos utilizando a tecnologia obtendo resultados excepcionais